terça-feira, 19 de agosto de 2014

Música Sacra e Música Profana: Que Músicas São Essas?

                   por: Parcival Módolo

               Uma religião é um sistema solidário de crenças… e de práticas relativas a coisas sagradas, ou seja, separadas…; crenças e práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela aderem.” Émile Durkheim
Nos dias de hoje, a prática de música vocal e INSTRUMENTAL é intensa, constante e natural nas igrejas filhas da Reforma, isto é, alguma música, cantada ou tocada, está sempre presente no culto das igrejas evangélicas. Não há qualquer dificuldade em aceitar como parte dele – do culto – algo que costumamos chamar de “música sacra”. Essa expressão, porém, “música sacra”, pode causar alguma controvérsia, já que, de fato, nem sempre é fácil definir esse gênero.
Não raro ouvimos que música sacra é aquela música que acompanha texto religioso; que qualquer música cujo texto contenha coisas relacionadas à igreja, ou que palavras da Bíblia, deve ser sacra, já que fala de coisas sagradas. Mas neste caso definiremos como “sacras” dezenas de canções comerciais: de Roberto Carlos, com seu “Jesus Cristo, eu estou aqui”, ao grupo Legião Urbana, cantando o texto de 1 Coríntios 13, canções essas compostas sobre textos “sacros”, mas sem qualquer pretensão de “sacralidade”. Parece, assim, que não basta o texto conter palavras “sacras” para o conjunto letra-música tornar-se “música sacra”.
Também há quem acredite que a intenção do compositor é quem define se uma música é sacra: se o compositor escreveu qualquer música com a pretensão de que fosse “música sacra”, então ela deve ser. Há quem afirme, ainda, que o parâmetro do sacro é a qualidade: música bem escrita tecnicamente, por compositor bem preparado academicamente, deve ser sacra; qualquer outra, profana.
A discussão pode se tornar ainda mais complicada quando nos lembramos que, se o critério de avaliação for o funcional, é possível fazermos distinção entre “Música Sacra” e “Música Litúrgica”: “Sacra” seria toda música cujo tema central, ou gênero, ou forma, tem como ponto de partida o ambiente religioso, utiliza textos religiosos ou da história da religião, mesmo que não tenha sido composta para qualquer igreja ou culto. “Litúrgicas” são apenas as músicas produzidas para algum culto, comprometidas com alguma liturgia, com o ambiente, com o cultuante e o cultuado. É “sacro”, por exemplo, mas não litúrgico, o oratório O Messias, de G. F. Handel, já que não foi composto para qualquer culto mas sim como peça de teatro; são “sacras”, ainda, as grandes “Missas”, os “Te Deum”, os “Magnificat” dos compositores do Classicismo ou do Romantismo, mas não obras litúrgicas, já que seus textos, apesar de natos em ambiente religioso, não foram compostas para qualquer culto, não têm características litúrgicas, antes as de espetáculos musicais para o teatro. Por outro lado, são “litúrgicos” os Prelúdios Corais e as Cantatas Sacras de J. S. Bach, por exemplo, ou as obras de outros tantos compositores que compunham para a liturgia dos cultos das igrejas onde trabalhavam, comprometidos com o ambiente cúltico, com a tradição e com a forma da cerimônia. De acordo com esse critério, portanto, nem toda música sacra é litúrgica.
Como se pode perceber, definir música sacra não é tarefa tão simples quanto parece à primeira vista. Talvez devêssemos, antes, tentar conceituar o “sacro” – ou “sagrado” – e para isso, pensarmos em seu oposto, o “profano”.
Distinguir sagrado e profano, porém, não é tarefa simples e para ela necessitamos buscar referências que nos ajudem a construir sobre bases sólidas.
O Sacro e o Profano
Para algumas grandes perguntas que a humanidade tem feito durante sua história, diferentes ciências costumam oferecer respostas diferentes. Pergunte o que é a Verdade, por exemplo, a um matemático e a um filósofo; ou peça à MEDICINA e à Teologia para definirem Vida e Morte: você certamente obterá respostas diferentes. Também é assim com os conceitos de Sagrado e Profano – e de saída devemos deixar claro que “profano”, aqui, não é palavra que deve trazer qualquer carga negativa. É comum ao conceito de sagrado, ligar-se o de puro e bom, e ao de profano o de impuro, desprezível e mau. Porém, profano, por enquanto, significa simplesmente “aquilo que não é sagrado”. Nesse caso, sagrado e profano se opõe, portanto, e se complementam, como freqüentemente acontece com as antíteses.
Para os antropólogos, sagrado e profano são duas categorias utilizadas para analisar símbolos sociais. O sagrado seria tudo o que é extraordinário, anormal, especial, “do outro mundo”. O profano seria o normal, quotidiano, deste mundo.
Rudolf Otto 1 fala do sagrado como algo que denota a manifestação do numen, do poder divino, do “outro absoluto”, algo totalmente distinto de qualquer outra experiência. O sagrado é uma realidade de ordem absolutamente diversa da realidade natural. Mircea Eliade 2 fala em “momento sagrado” e o concebe como extraordinário, especial, quando há uma hierophany, ou seja, quando algo sagrado se mostra ao homem. O indivíduo só se torna consciente do sagrado na medida em que essa experiência se opõe ao profano. Para Émile Durkheim 3, sagrado e profano pertencem a dois mundos contrários, em torno dos quais gravita a vida religiosa: “Todas as crenças religiosas conhecidas [...] supõe uma classificação das coisas [...] em duas classes ou em dois gêneros opostos, designados [...] pelas palavras profano e sagrado. A divisão do mundo em dois domínios, compreendendo, um tudo o que é sagrado, e outro tudo o que é profano, tal é o traço distintivo do pensamento religioso [...].”(p. 68).
Assim, mesmo considerando suas diferentes ênfases, parece que os três autores concordam que estas são categorias opostas e excludentes: só é sagrado aquilo que não é profano.
Mas como é que podemos distinguir um do outro? Como é que as coisas sagradas se distinguem das profanas? Em linhas gerais parece que as coisas sagradas são facilmente consideradas como superiores em dignidade e em poder, às coisas profanas. Para Durkheim, o que melhor diferencia o sagrado do profano é exatamente sua enorme heterogeneidade, sua distinção. Aliás, ele acha que afora isso, essa heterogeneidade, essa oposição, não resta nada para qualificá-los. Ele explica: “o que faz com que essa heterogeneidade seja suficiente para caracterizar essa classificação das coisas [em sagradas ou profanas] e para distingui-la de qualquer outra é o fato de que ela é muito particular: ela éabsoluta.” Seu argumento é que não existe na história do pensamento humano outro tipo de duas categorias de coisas tão profundamente diferenciadas, tão radicalmente opostas uma à outra. Para ele, “o sagrado e o profano foram sempre e por toda parte concebidos pelo espírito humano como gêneros separados, como dois mundos entre os quais não há nada em comum.” (p. 70). O profano não poderá jamais tocar impunemente o sagrado, pois nesse confronto certamente haverá atrito.
A partir de agora, e utilizando as ferramentas de que até aqui dispomos, podemos dizer que música sacra é tudo aquilo – mas somente aquilo – que não é música profana. Que não pode ser confundida em sua forma e essência. Nesse caso, porém, o conceito de Música Sacra terá que ser adaptado a cada cultura: ela será diferente da música secular de um povo; produzida por instrumentos musicais que não estejam unicamente associados à música profana daquela região, e deverá ser sempre coerente com o texto que a acompanha. Um bom exemplo disso é a música trazida ao Brasil pelos missionários evangélicos americanos no século XIX. Alguns daqueles hinos eram canções folclóricas do seu país – profanas, portanto – e com texto sacro adaptado. No Brasil, porém, soaram absolutamente sacras pois eram diferentes de tudo o que os brasileiros de então conheciam, associadas imediatamente à nova fé. Foram recebidas como a música sacra por excelência, como a música de igreja, parâmetro e modelo para toda música daquelas igrejas, mesmo a que foi sendo composta aqui. Afinal, ela era diferente da música profana conhecida em nosso país naquela época; tocada em instrumentos diferentes dos usados fora da igreja – os harmônios, trazidos pelos próprios missionários e nunca antes ouvidos por aqui.
Outro exemplo, agora hipotético, é a ida de um brasileiro contemporâneo ao Tibet, em missão evangelística entre monges budistas, oferecendo a eles uma cuíca como instrumento sagrado para acompanhar as canções da nova fé. Aceita pelo grupo, a cuíca será sagrada ali e produzirá, a partir de então, sons absolutamente sacros para aquelas pessoas!
Lembre-se como foi difícil para as igrejas evangélicas brasileiras aceitarem, em seus cultos mais solenes, guitarras e BATERIAS, antes delas o violão, e ainda antes o piano. Isso por causa de sua identidade, cada qual a seu tempo, com o profano: o piano, nas décadas de 50 e 60, estava associado aos clubes e bares, apenas. O violão, nas décadas de 60 e 70, estava associado à música mais informal e boemia. Guitarras e baterias, mais recentemente, e ainda hoje, são por demais identificadas com música, postura e ideologia secular, profana, para que sejam aceitas “impunemente” no ambiente religioso, especialmente nos cultos mais solenes.
Por outro lado, podemos perguntar porque nunca foi difícil a inserção de violinos, oboés, violoncelos, no ambiente sagrado. Não é difícil perceber que é por sua identidade com o ambiente solene, nobre, características mais aproximadas às do sagrado, já que este – o sagrado – se identifica facilmente com o que é extraordinário, anormal, especial, e se liga ao que se mostra – ou ao que se supõe – puro e bom.
Vejamos o que diz Durkheim sobre esse fenômeno: “Uma vez que a noção do sagrado é, no pensamento dos homens, sempre e por toda parte separada da noção do profano, porque concebemos entre elas uma espécie de vazio lógico, ao espírito repugna de forma irresistível o fato de as coisas correspondentes serem confundidas ou simplesmente postas em contato.” (p. 71). Ele vai mais longe ao afirmar que esse contato deixa seqüelas: “A coisa sagrada é, por excelência, aquela que o profano não deve, não pode impunemente tocar.” (p. 72). Trazer o profano para o sagrado demanda desse alguma mudança de característica: “Mas, além desse relacionamento ser sempre, por si mesmo, operação delicada que exige precauções e iniciação mais ou menos complicada, ela sequer é possível sem que o profano perca seus caracteres específicos, sem que ele próprio se torne sagrado em alguma medida e em algum grau.” (p. 72). Você já notou que canções sacras compostas nos ritmos mais populares, samba, rock, sertanejo, só são razoavelmente aceitos no ambiente litúrgico quando sofrem alguma alteração, ou em sua estrutura rítmica, ou em sua instrumentação, ou ainda na postura dos intérpretes? Novamente Durkheim: “Os dois gêneros não podem se aproximar e conservar ao mesmo tempo sua natureza própria.” (p. 72).
A Igreja
Podemos, finalmente, perguntar por que a música tem dividido tantos grupos religiosos e causado tanto distúrbio nas igrejas. Novamente Durkheim: “Uma sociedade cujos membros estão unidos pelo fato de conceber, da mesma maneira, o mundo sagrado e suas relações com o mundo profano, e de traduzir essa concepção comum em práticas idênticas é o que se chama de igreja.” (p. 75). Isso é, um grupo religioso só se mantém unido, coeso, quando seu conceito de sagrado é comum, quando tem a mesma opinião ao discernir o sagrado do profano. Quando há discórdia em relação ao sagrado e ao profano o grupo tende a desfazer-se, ou no mínimo viver em constante atrito. Afinal, uma religião é, nas próprias palavras de Durkheim, “um sistema solidário de crenças … e de práticas relativas a coisas sagradas, ou seja, separadas, proibidas; crenças e práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela aderem.” (p. 79). Religião é, pois, inseparável da idéia de igreja, o que, ainda segundo Durkheim, “faz pressentir que a religião deve ser coisa eminentemente coletiva.” (p. 79).
Tudo isso nos leva de volta ao início, à definição de “Música Sacra”. Depois do arrazoado acima, creio que devemos perguntar: Sacra para quem?
É que o conceito de sagrado terá que ser válido pelo grupo chamado igreja, a partir do conceito de grupos maiores, as religiões, inseridas em diferentes culturas. Para todas elas, porém, igrejas e religiões, Música Sacra será sempre – e necessariamente – diferente da secular praticada pelo povo da região; produzida por instrumentos musicais que não estejam unicamente associados à música profana daquele lugar. E terá que ser sempre coerente com o texto que a acompanha, servindo não como espetáculo, em si, mas como veículo fiel para a mensagem que deve proclamar. Assim, se para você o samba está sempre e unicamente associado ao carnaval, aos seus ouvidos jamais soará “sagrado”, mesmo que seja um samba sobre texto bíblico. Você pode até se esforçar muito por aceitá-lo no culto: será sempre música profana. Mas você deve estar consciente de que, para uma geração que nasceu e cresceu numa igreja ou num grupo religioso que tinha como prática comum e usual o cântico de músicas em ritmo de samba durante seus culto, tal música soará tão “sagrada” quanto o “Castelo Forte”.
O que fazer, pois? Penso que bom senso, paciência, conversa e respeito mútuo, muito ajudarão. Afinal, uma igreja é uma coletividade e o culto é a manifestação pública e comunitária da sua fé. “Comunitária”, note bem! O culto particular, individual, praticado no cotidiano de cada pessoa, será da forma que ela quiser, em local e hora que ela preferir – e desse culto “particular” somente essa própria pessoa prestará contas a Deus. O culto da igreja, porém, é “da igreja”, e não individual; é do grupo que se juntou solidariamente em torno de um conceito de sagrado, formulado coletivamente e que deve ser compreendido, respeitado e fortalecido, sob pena de vermos aquela comunidade desfazer-se.
Como está a música da sua igreja? Igreja de que fé religiosa?

Notas:
1 OTTO, Rudolf. O Sagrado. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1985. Otto (1869-1937) foi professor de teologia em Gottingen, Breslau e Marburg. O Sagrado, sua obra mais importante, é o resultado de uma série de palestras proferidas na Escócia.
2 ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. A essência das religiões. São Paulo, Martins Fontes, 1995.
3 DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Paulus, 1989.

Fonte: Revista Servos Ordenados, 1º trimestre de 2007, Editora Cultura Cristã
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Música sacra x Música secular

Há muito se tem ouvido no meio evangélico, por que não dizer, nas igrejas evangélicas, mesmo, frases que nos têm preocupado. 

Frases, como: “Não tem nada a ver”, “Não é por aí”, “A Bíblia não é para este tempo”, “Precisamos rever alguns conceitos”, “A Bíblia não pode ser lida ao pé da letra”, etc. O que dizer, então, de 2Timóteo 3.16 (“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”)?

Recentemente estive em uma palestra sobre música. O orador disse que a musica pode ser espiritual e secular no meio evangélico. Afirmou ele que os músicos cristãos podem tocar músicas seculares em CASA, em bares, em festas. E podem tocar música sacra na igreja. Ouvi de um respeitado pastor batista que ao fazer convite a um ministro de música para trabalhar em sua igreja, ouviu do ministro que teria algumas dificuldades no trabalho. Ele informou estar muito envolvido com a música secular e só poderia atender a igreja nos fins de semana. Seu maior compromisso era o de tocar em festas seculares.

O texto de 2Coríntios 6.14 é claro: Que comunhão tem a luz com as trevas? Não foram os levitas separados para ministrar o louvor? Não eram eles sustentados no ministério. Meu Deus, o que estamos pregando nos púlpitos? O que estamos ensinando em nossas Escolas Bíblicas Dominicais? A Declaração Doutrinária da CBB garante a aceitação das Escrituras Sagradas como única regra de fé e conduta. Pois bem, se devemos ter a Bíblia como regra, obedeçamos, então, a Palavra de Deus.

O que falar dos cânticos com tantas repetições? Retiraram Jesus das letras. Agora é rio, altar, manto, montanha, fogo, chuva, vento, coreografia... Onde está o cumprimento da carta de Paulo aos Efésios: “Falando entre vós em salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19).

Não cantam mais o Cantor Cristão. Por quê? Respondam vocês, leitores.

Irmãos, a palavra está se cumprindo quando diz que virão comichões nos ouvidos (1Tm 4.1). Mas o Espírito, expressamente, diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. A Bíblia nos ensina que devemos nos apresentar a Deus com alegria e com cânticos, cânticos que só Jesus é o Senhor. A ele toda honra, toda glória. E lembrando sempre que cantamos para Deus e não para as massas.

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas” (Is 42.8).

Quando se pensa não haver distinção entre usos seculares e sagrados, quase que acabamos com a tradição da música da igreja e, ao mesmo tempo, criamos um estilo de música popular que não é realmente secular e nem é verdadeiramente sagrada. Então, tudo termina em pobre arte e má teologia.

Mateus Silva Martins 
Presidente da IB Ebenézer, Águia Branca (ES)

O Cristão e a Música Secular

Nem toda música evangélica é boa e nem toda música secular é má; assim como nem toda música evangélica é sacra, nem toda música secular é mundana. Poucas músicas cristãs produzidas hoje em dia podem ser consideradas sacras; da mesma forma, poucas músicas contemporâneas seculares não são de caráter “mundano”.
Como cristãos, entendemos que a música é de origem divina, uma dádiva do Criador. E por ser um dom celeste, há razões maiores ainda para oferecê-la como primazia a Deus como forma de gratidão, adoração e louvor. Contudo, este não é o único objetivo da música. Ela é também uma forma de expressão e arte; uma ferramenta que tem lugar em nossa vida em contextos múltiplos. E, quando a usamos de maneira multidimensional (de Deus para nós, de nós para Deus, e do ser humano para outro), com uma linguagem e mensagem elevada e salutar, mesmo indiretamente, honramos a Deus.
A expressão “música do mundo” soa antiquada aos ouvidos de muitos cristãos modernos. E de certa forma, com razão. Um dos desafios dos cristãos atuais é viver neste mundo com uma visão equilibrada entre o presente e o porvir, o celeste e o terrestre; e ao mesmo tempo ter o correto discernimento do que é sagrado ou profano; entre o que é princípio divino e tradição humana.
Poderíamos conceituar a “música mundana” como aquela canção cujo conteúdo, em sua essência, desrespeita os valores do reino de Deus, afrontando os princípios da vida e conduta cristã, pautada pelas Escrituras Sagradas. Não obstante, existem músicas seculares de grande conteúdo enobrecedor, de alto nível cultural, melódico, harmônico e literário.
Embora possamos perceber que a música secular tenha se tornado - quase totalmente - numa espécie de “Afrodite moderna”, cujo conteúdo é o “amor” (banalizado e relacionado ao mero erotismo e confundido muitas vezes com a paixão doentia) e, esse mesmo tipo de “amor” tender a gerar demasiadas intrigas, egoísmos, ciúmes, traições e homicídios; a música secular também favorece a apreciação de expressões belas e melodias lindas como essa do rei: “Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você!” Experimente ouvir esta música, dançando com sua amada, em uma data especial, num jantar a luz de velas!
Em entrevista concedida à Revista “O levita” (Edição 24, ano de 2004), o cantor gospel Fernandinho fez a seguinte declaração: “Ouço somente músicas que edificam minha vida e minha família, ou seja, música secular não tem espaço nenhum em nossa CASA”. Também já pensei como Fernandinho, mas hoje tenho uma percepção diferente e adoto outra postura sobre o assunto.
No cd Workshop “Ministrando Louvor Com Criatividade” gravado em Fortaleza (CE) mais de dez anos atrás, o cantor e compositor Jorge Camargo fez menção a uma das doutrinas mais maravilhosas das igrejas reformadas: a graça comum. Palestrando para músicos cristãos, Camargo declarou que o reino de Deus está acima de qualquer coisa. E este reino tem valores inerentes a Ele, como por exemplo, a justiça, verdade e amor. Jorge destaca ainda, que esses valores do reino de Deus são de propriedade exclusiva de Deus e não da igreja ou dos cristãos. Sendo assim, tais valores poderiam ser expressos por pessoas comuns ou compositores não cristãos, ainda que eles não soubessem ou reconhecessem.
Jorge também citou como exemplo a música “Canção da América” eternizada na voz de Milton Nascimento e de co-autoria do poeta e compositor mineiro Fernando Brant. A letra da canção diz que “Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, dentro do coração...”
Segundo Jorge Camargo, esta música é um exemplo clássico que ilustra uma verdade inerente a Deus. Sendo que o nome Davi em Hebraico significa “amigo”, e a Bíblia relata que Deus falou que Davi era um homem segundo o seu coração, uma versão brasileira moderna seria de que “Davi era o amigo que Deus levava no lado esquerdo do peito”.
Existem canções seculares muito mais proveitosas do que muitas ditas evangélicas.
Consigo sim, enxergar beleza divina nos dedilhados de Yamandu, nos solos instrumentais de Kenny G, em muitas canções de Guilherme Arantes, Roberto Carlos e tantos outros artistas e ao mesmo tempo ver o “dedo do maligno” em muitas canções gospeis ou evangélicas meramente comerciais, vazias de letra e carregadas de mantra e êxtase à semelhança da expressão “Pura Overdose de Unção”.
O apóstolo Paulo afirmou que “todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm”. Na verdade, nem sempre o lícito é o melhor. Com efeito, pode ser o pior.
Se a música secular te acrescenta em valores nobres, e não afeta seus valores morais e espirituais; se ela te traz emoções e sentimentos puros, levando-te a amar e se alegrar então, aprecia, escuta e contempla, pois é dom de Deus. Mas se a música te faz tropeçar, te conduzindo para a idolatria, frenesi, desvario, depravação e impiedade, então, elimine-a de sua vida. Melhor renunciar ao prazer pecaminoso do que privar-se da comunhão com o Espírito, e perder a vida eterna.

Os Cristãos e a Música Secular, Sacra e Profana – Escolha da Música -


      por:  Pr. Marcus Guilherme Mesquita Rosa Godinho


PROPOSTA: HAJA PARÂMETROS PARA A FORMAÇÃO DE MÚSICAS SACRAS (NO RITMO, USO DOS INSTRUMENTOS, ETC.) DE MANEIRA QUE ESTAS NÃO NOS FAÇAM LEMBRAR DA VIDA QUE TÍNHAMOS QUANDO ANDÁVAMOS LONGE DE DEUS.
SEM CAIR NOS EXTREMOS NEM NA OMISSÃO, tento expressar de maneira simples e clara as conclusões que me fazem crer que apesar da música ser agradável em seus diversos estilos para as diversas pessoas, pode ser muito perigosa. Justamente por ser discreta em seus efeitos.
As conclusões dessa matéria pretendem ser de origem bíblica.
DEFININDO:
» Música Secular: Refiro-me às músicas que não louvam o Senhor e são comumente associadas a uma vida descomprometida com Deus antes da conversão.
» Música Sacra: Refiro-me às músicas que não trazem na sua orquestração e letra nenhuma lembrança da vida associada ao mundanismo(expressão bíblica). São distintas e buscam elevar os ouvintes a um gosto mais elevado.
» Música Profana: Refiro-me às músicas que pretendem ser sacras, mas que pela orquestração ou(e) letra, trazem alguma semelhança com aquelas que eram associadas aos bailes, shows, etc. Promovem e estimulam discretamente a recordação não saudável dos tempos em que o cristão ia a tais ambientes. Geralmente são feitas para agradar o maior nº de pessoas de todas as denominações e gerar maiores compras de cds. Não está preocupada em aguçar o gosto do povo, mas apenas em agradar.
Sem precisar buscar razões técnicas, para o cristão há fortes indícios bíblicos contra as músicas seculares e profanas.
MÚSICAS SECULARES SÃO:
As músicas Tradicionalistas que são dançantes (I Pedro 1:18, 19 – usadas em CTGs, por exemplo, ou outros ambientes não freqüentados por cristãos) , além das outras como Pop, Sertaneja e Romântica. Essas parecem ser claramente excluídas e proibidas para uso de um povo que professa ser estrangeiro (Hebreus 11:13).
Há músicas que não identificam nenhum ambiente e circunstância abandonada pelo converso, ou seja, não fortalece a saudade da velha vida:
Ex. 1: As músicas patrióticas já que elas não são dançantes e sim de utilidade pública.
Ex. 2: Com respeito às músicas Clássicas, não fiz um estudo. Apesar de terem sido, em sua maioria, feitas para ambientes secularizados e por pessoas não consagradas, essas músicas parecem, de maneira geral, não mais promoverem tais ambientes…o que parece torná-las inofensivas. Hoje ela é tida mais como construtora que destrutiva. Isso, no entanto, não sugere que toda música clássica seja aceita sem uma cuidadosa avaliação.
Ex. 3: Músicas como “Atirei o Pau no gato”, apesar de ser uma letra agressiva, a música em si (sem tratar da letra) parece não afetar a espiritualidade do cristão por não ser associado com nenhum ambiente desapropriado para o povo do Senhor. É necessário que o cristão use do discernimento desprendido e inteligente para saber qualificar as músicas que ficam dentro desse parâmetro.
Rock, Jazz e outras da mesma natureza já está mais que claro que são condenadas. Estão referidas no Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia como inadequadas p/ uso dos cristãos (cap. 13- Normas de Vida Cristã, 172).
RAZÕES PARA ABANDONARMOS AS MÚSICAS SECULARES E PROFANAS:
1. O SILÊNCIO DIZ MUITO: Apesar de tais músicas terem existido no decorrer de toda história(com vestimentas diferentes, mas em essência semelhantes) , não há textos inspirados que indiquem alguma aprovação para elas ou o seu uso pelo povo de Deus.
2. A QUEM ESTAMOS DANDO A FAMA: Essas músicas estão intimamente ligadas ao estrelismo de homens e mulheres. Isto é uma referência à busca da fama e do dinheiro, o que se opõe claramente ao que é santo, tornando-se profano pela essência de sua criação. Não glorifica o Criador nem conduz as criaturas a Ele como requer a Bíblia Sagrada (Apocalipse 14:7; I Coríntios 10:31).
3. ANDAR COMO JESUS ANDOU (I João 2:6): Se fosse possível ver Jesus andando entre nós, usando um walkman com o fone no ouvido, que música estaria Jesus ouvindo? De que maneira tais músicas O ajudariam a cumprir Sua missão? Ou, como elas O fortaleceriam? Ele disse: “Vigiai!” (Lucas 21:36). De que maneira tais músicas ajudariam Alguém “que, como nós, em tudo foi tentado”, a vigiar? (Hebreus 4:15).
4. MÚSICA AMBIENTE PARA ESPÍRITO SANTO: Sou o Templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19, 20). Uma ilustração: Uma esposa está grávida. Aprendeu que o bebê já pode ganhar atenção especial desde o ventre. Minha esposa e eu contamos historinhas bíblicas e o que acontece? O bebê se familiariza inconscientemente com a Palavra de Deus e também com a voz da mamãe e do papai. Logicamente a voz dela vai ser mais bem assimilada que a do pai do bebê. Alguém reforçou essa teoria quando nos disse que seu bebê chorava nos braços dos profissionais que fizeram seu parto, mas nos braços dela, ouvindo a voz dela, o bebê se acalmou. “A primeira voz” que seu bebê reconheceu foi a dela e, depois, de seu marido, nos disse! Mesmo que ele não tenha ainda nascido, colocamos uma música sacra para o bebê, pois cremos que quando nascer vai se familiarizar com as músicas que recebia. Assim também há um Deus maravilhoso que habita em você e em mim! É o Espírito Santo, pois somos o Seu Templo. Que estilo de música ambiente poderia deixar tocar em Seu precioso templo que é essa nossa pobre vida? Não há outra, senão aquela que seja despretensiosa de honrar homens, aquela que fortalecerá e trará equilíbrio emocional, espiritual e físico: a Música de Louvor e Consagração a Deus que não traz à lembrança aquela velha vida que tivemos.
5. NÃO PARTICIPAR DA ROLETA RUSSA: Após a guerra do Vietnã, o jogo conhecido como Roleta Russa tornou-se identidade daqueles dias cruéis. Esse jogo consistia numa aposta e num revolver carregado com apenas uma bala. Cada jogador apontava contra sua própria cabeça a arma arriscando assim sua própria vida. Certamente, de seis tiros apenas um seria fatal, mas por que arriscar? Consagrar a audição e também os lábios para o Senhor (Provérbios 4:23) é justo e necessário. Há uma razão especial para fazermos isto pelo Senhor: Cada pessoa cristã possui duas brasinhas dentro de seu coração. A primeira é a velha criatura (Paixões humanas cheias de concupiscências), enquanto a segunda, a nova (Harmonia com Deus e sua vontade). A música é como um sopro que faz incendiar uma dessas duas brasas. Com freqüência isso começa imperceptível e vai se tornando cada vez mais forte até tomar conta da vida. Então a função da música é fortalecer uma dessas duas brasas. Para um converso da idade da adolescência ou adulta tais músicas seculares tendem a soprar com mais força a brasinha da velha natureza (Vida antes da conversão). Para aqueles que cresceram num lar cristão a intensidade pode ser mais imperceptível, mas não diferente nos resultados. Uns colherão seus frutos de imediato e outros, anos depois! Com Elvis Presley parece não ter sido diferente. Ele havia sido um jovem cristão. Havia gravado músicas cristãs, mas, lamentavelmente, sua vida pendeu para a fama secular com músicas seculares. O que aconteceu com aquele jovem cristão antes de descambar para o secularismo e apostasia? Teria ele deixado a brasa do velho homem sentir o sopro inflamável das músicas seculares? Não é algo interessante para reflexão? Ouvir músicas seculares pode parecer inofensivo, mas com certeza é um jogo de roleta russa! A pessoa que ouve está colocando em jogo a sua própria vida.
6. IMPEDIR A PROFANAÇÃO DA MÚSICA SACRA E DE SEU MINISTÉRIO : Abandonar as músicas que referimos afim de proteger a igreja da forte pressão que sofre do secularismo (I Coríntios 3:16, 17). Quando conversava a respeito do assunto com um amigo, ele disse: “Pior do que as músicas seculares são as músicas que proferem ser sacras quando não o são e muitos se entregam a elas como sistema de culto!” Que forte declaração não é mesmo? Mas, será que não é verdade? Outros dizem: “Vamos proteger nossa igreja das músicas que são ou possuem… etc.” (Características que julgam ser negativas)! Reflitamos: A gente dá o que antes recebe, e isso é uma lei natural! (Lucas 12:48; Atos 3:6). “De graça recebeste, de graça daí” e “O homem fala do que o seu coração está cheio”; foram as palavras do Senhor Jesus! (Mateus 10:8; Mateus 15:18). Então que espécie de música sacra será produzida por aqueles que ouvem além do santo o secular? Como dizer que o secular não influencia o santo, quando ambos são aceitos pela mesma pessoa!? Na hora de compor, nossa música sofrerá influência de tudo que somos, vivemos e experimentamos. Para isso não há um texto mais próprio do que aquele que o Senhor diz: “Sede santos, porque Eu Sou santo” “… e vos separei dos povos para serdes Meus”(I Pedro 1:16; Levíticos 20:26 u.p.). Então é prudente colocar pra dentro de nossa pobre vida aquilo que vai ajudar a colocar para igreja músicas santas (separadas, consagradas ao Senhor). É próprio lembrar que a Igreja não será melhor que a “igreja do lar” e o “templo individual” (a própria vida)! Então se há músicas sacras que não o são de fato, é porque há compositores que sofrem influência das músicas seculares! Já é chegada a hora de tratar do assunto na raiz do problema. Por que não lembrar também que o ministério da música sacra não pode ser um ministério de lucro, mas de manutenção, sustentação e acima de tudo, de louvor a Um Santo Deus? Como fazer do louvor uma fonte de lucro!? Pensar assim é colocar-se num barco furado que dificilmente chegará ao “Porto Seguro”! Pra ilustrar: Algumas emissoras de TV põem no ar aquilo que a natureza carnal do povo quer e pouquíssimo daquilo que precisa para ser uma sociedade sadia. Então filmes de violência, novelas com intrigas, adultérios e paixões, desenhos de lutas e supremacias dá um bom ibope, sendo o contrário de baixo ibope. Assim também a música cristã poderá ser feita de acordo com o que o povo quer, ou, de acordo com o que o povo necessita! Dar o que o povo quer, ilude, como parecendo estar tudo bem. Produzir a música que o povo precisa, consagra e eleva, levando-o a afinar seu gosto aos gostos do Pai celeste. Então a música cristã não é fonte de lucro, apenas um ministério de abnegação como o do Senhor Jesus!
7. CUIDADO COMO SE USA OS INSTRUMENTOS MUSICAIS COM SEUS RITMOS: A palavra “santo” (grego: haguiós – pronúncia aportuguesada) significa algo separado do comum. A música cristã precisa possuir arranjos e toques instrumentais que não tragam à memória do povo de Deus a velha vida que possuíam nos bailes, discotecas ou em qualquer outro lugar. Caso isso não seja respeitado essas professas músicas cristãs servirão às intenções do mal como uma mídia serve para promover os produtos de seus clientes. A música é como perfume, que geralmente fica associado com um evento, acontecimento, pessoa, etc. A música sacra não pode e não deve fazer propaganda e divulgação da velha vida. Por isso o uso da bateria deve ser diferente em todos os aspectos daquele que há nas músicas seculares, afim de transmitir modéstia e reverência no louvor ao “Santo, Santo, Santo” Deus (Isaías 6:3).
8. PARA DESTRUIR AS PONTES QUE CONDUZEM À ANTIGA VIDA: A música secular ou sacra profana deve ser banida de nossa vida com a ajuda de Deus para não despertar (inconscientemente) um sentimento de amizade com o mundo perdido, pois isto é seriamente condenado pelo Senhor: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. …É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em nós…”(Tiago 4:4,5). Toda ponte que liga nossa vida ao mundo perdido deveria ser destruída. Pois a música secular pode não ser o mundo, mas com certeza é a ponte que nos liga a ele! Um casal de líderes cristãos, no namoro conversavam sobre a possibilidade de a sós, quando casados, terem momentos românticos com dança em seu lar. O que leva as pessoas crerem que tal procedimento não deixa o Espírito do Senhor cheio de ciúme santo e zelo? Que momento propício há para Ele habitar em tais circunstâncias? E o que levaria pessoas boas a ultrapassar a linha que distingue o povo santo do secular? Não seria a ponte que não fora destruída?
9. O CRISTÃO É UM MORDOMO DE DEUS: Evitar as músicas seculares para não confundir os irmãos, afinal, a aceitação de algum tipo destas músicas não é baseada num claro “Pode” do “Assim diz o Senhor”. Na dúvida há pecado. Pois “tudo que não provém da fé é pecado” (Romanos 14:23). Tais músicas são duvidosas, apesar de muitas delas parecerem ser inofensivas (talvez as mais perigosas!). Além do mais, podemos viver sem elas, mas não podemos viver sem o Louvor a Deus! Algumas Perguntas: Há genuína preocupação em gastar o dinheiro que Deus põe nas mãos de seus filhos? Deveríamos enriquecer tais cantores quando muitos de nossos irmãos mais pobres não podem comprar um CD que louve o Senhor? Ou quando igrejas não possuem CDs do Hinário Adventista? Por que dar popularidade para aqueles que buscam a fama e a riqueza deste mundo perdido? “Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”(Mateus 6:21). Aonde colocamos os quatros T(s) da Mordomia (Tempo, Templo, Tesouro e Talento) que Deus colocou em nossas mãos? Aonde eles estiverem sendo aplicados estará o nosso coração!
10. OS CANTORES SECULARES PODEM SE DESPERTAR PARA A SALVAÇÃO: Quando cantores seculares (de músicas tradicionalistas, românticas, pop, sertaneja e outras) se convertem, eles param de tocar e cantar as músicas que antes amavam. Eles decidem louvar o Senhor continuamente, como estilo de vida. Se eles abandonam quando experimentam a verdadeira conversão, porque os cristãos, que professam estar convertidos, continuam ouvindo e, até mesmo, cantando tais músicas? Por que os cristãos, que professam o desejo de preparar as pessoas para a Volta de Jesus, e certamente, desejariam ver cantores famosos convertidos…por que, incoerentemente, dificultam a conversão deles? Como dificultam??? Pela aquisição de seus cds ou gravação de suas músicas, os tornam mais famosos, ricos, dependentes e presos no mundanismo. Quem é que os faz famosos no mundo para conservá-los longe da causa do Senhor? É Deus? Se não é Deus, a quem tais cristãos estão servindo quando popularizam esses cantores no reino deste mundo? É com sincero e profundo pesar que conduzo o leitor a tal raciocínio! Por seus atos impensados, nas vestes espirituais de muitos cristãos pode estar respingado o sangue de cantores sinceros. Possam se arrepender e permitir Jesus lavar-lhes as vestes para nunca mais as mancharem! Possam esforçar-se, direta e indiretamente, em favor da salvação dessas pessoas queridas, que são os cantores, para que estes sejam divulgadores do Reino de Deus e não mais do reino deste mundo, que é mau.
11. O CRISTÃO É ESTRANGEIRO E PEREGRINO NA TERRA: Deus me convida a joeirar minha cultura e a adequá-la àquela que é eterna. Em se tratando de música devo dar preferência àquela que vem do alto e não da Terra. O que isso quer dizer? Alguém já ouviu a música lá do céu? Não é nesse sentido, mas a música de louvor que não carrega características das músicas seculares é identificada como sendo do Céu. Cuidado: importar “música sacra” que causa escândalo em nossos irmãos, dando-lhes a explicação de ser uma questão cultural, pode ser perigoso e prejudicial à causa de Deus. Não é modéstia forçar a aceitação de tais músicas na Igreja. Nesse assunto é preferível a prudência para não cair no desagrado de Deus. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”(Hebreus 10:31).
12. O CLARO AVISO DE DEUS: A visão descrita por Ellen G. White: “Adejam (Mini Dicionário Aurélio: Dar vôos curtos e repetidos sem direção certa; esvoaçar) anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas o que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para o salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Têm a tristeza no semblante. Vede como choram! Isto vi eu repetidamente pelas fileiras dos observadores do sábado, e especialmente em ______________. [Será que seria hoje a irmandade de minha igreja em seus lares ou reuniões sociais?] …Jovens reúnem-se para cantar e, se bem que cristãos professos, desonram freqüentemente a Deus e Sua fé por frívolas conversas e a escolha que fazem da música. A música sacra não está em harmonia com seus gostos. …No juízo todas essas palavras da Inspiração hão de condenar os que lhes não deram ouvidos.” (EGW, Mensagens aos Jovens, 295 e 296).
A cena que Deus apresenta em visão fala notoriamente de música:
» No lar
» Com amigos
» Secular e não sacra
» Desaprovada
» Envolvida por trevas
» Própria para “ambientes de baile”, e por que não dizer: Discoteca, Show, etc.!?
» Causa tristeza nos anjos criados, imagine então em Deus que é um bom poço de amor sem medida!
» Anjos choram enquanto eles se alegram com as músicas seculares.
» Isto acontece “repetidamente” em nosso meio.
» Há uma lamentação pois a música que escolhem para cantar não é sacra, porque esta “não está em harmonia com seus gostos”.
» É uma “desonra” ao Santo Deus.
» A Inspiração diz que tais músicas têm “ocupado as horas que deviam ser devotadas à oração”(EGW, Mens.
Jovens, 295). Ou seja, estão descuidados com a preciosidade do tempo. Disse o Senhor: “Orai sem cessar”(I Tess. 5:17). Mas como estariam em poderosas orações quando cercados de tais circunstâncias? “A melodia de louvor é a atmosfera do Céu” (EGW, Mens. Jovens, 291). Como aceitar tais músicas se não fazem parte da “atmosfera do Céu”?
» Finalmente diz que os cânticos próprios para ambientes mundanos são reconhecidos como “frívolos”.
MÚSICA QUE O SENHOR JESUS CRISTO OUVIA E CANTAVA:
“Cristo muitas vezes era ouvido a cantar hinos de louvor; e no entanto tenho ouvido pessoas dizerem: ‘Cristo nunca sorria’. Quão errôneas são suas idéias com respeito ao nosso Salvador. Havia júbilo em Seu coração” (EGW, Beneficência Social, 93).
Não há o que temer quanto a mudar o estilo de vida. A verdadeira alegria e o genuíno sorriso da alma vem do cantar hinos de louvor. Quer melhor exemplo e segurança do que o Senhor Jesus e Sua vida de louvor?
Ele “exprimia freqüentemente o contentamento que Lhe ia no coração, cantando salmos e hinos celestiais. Muitas vezes ouviam os moradores de Nazaré Sua voz erguer-se em louvor e ações de graças a Deus. Entretinha em cânticos comunhão com o Céu; e quando os companheiros se queixavam da fadiga do trabalho, eram animados pela doce melodia de Seus lábios. Dir-se-ia que seu louvor banisse os anjos maus, e, como incenso, enchesse de fragrância o lugar em que Se achava. O espírito dos ouvintes era afastado de seu terreno exílio, para o lar celestial.” (EGW, Evangelismo, 499).
As músicas que os vizinhos ouviam do lar de José e Maria eram as músicas que Jesus gostava. Quer no lar, na igreja ou no trabalho, a música de Jesus era a sacra; e assim Ele entretinha “comunhão com o Céu”.
MÚSICA QUE ELLEN G. WHITE E PIONEIROS DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA OUVIAM E CANTAVAM:
Nossos pioneiros tiveram por meta imitar o exemplo de Jesus inclusive na escolha da música que cantavam e ouviam: “Tivemos no sábado um serviço de canto…todos os passageiros no carro [possivelmente um vagão de trem] pareciam deleitar-se grandemente com essa prática, e muitos deles se uniram ao canto. No domingo tivemos outro serviço de canto… Os passageiros escutaram atentamente, parecendo gostar do que foi dito. Na segunda tivemos mais canto, e todos nós parecíamos estar sendo mais unidos.” (EGW, Evangelismo 503)
Numa viagem a música do domingo e da segunda era a música do sábado! Era a música sacra que colocavam para “tocar” no carro e isso lhes fazia bem tanto quanto àqueles que não eram cristãos.
MÚSICA QUE SE OUVIA E CANTAVA DURANTE O ÊXODO DO POVO DE DEUS:
“Quando jornadeava pelo deserto, o povo de Israel louvava a Deus com cânticos sacros. Os mandamentos e promessas de Deus eram postos em música, e durante toda a viagem cantavam-nos os viajores peregrinos. …Deus desejava que toda a vida de Seu povo fosse uma vida de louvor.” (EGW, Parábolas de Jesus, 298 e 299).
“Durante toda a viagem” à terra prometida cantavam música sacra. Isso porque “Deus desejava” que o louvor ocupasse toda a vida de Seu amado povo. Por que pensar que seria diferente hoje se fazemos uma viagem da mesma natureza e até mais sublime! Não é a Canaã celestial a nossa meta? “Assim como os filhos de Israel, jornadeando pelo deserto, suavizavam pela música de cânticos sagrados a sua viagem, Deus ordena a Seus filhos hoje que alegrem a sua vida peregrina. Poucos meios há mais eficientes para gravar Suas Palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder. Tem poder para subjugar as naturezas redes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço. É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes à alma oprimida duramente e pronta a desesperar, vêm à memória alguma das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras almas!” (EGW, Evangelismo 496).
Apesar desse texto dispensar comentários, vale ressaltar que a música sacra faz reduzir a zero o poder das tentações, pois “perdem seu poder”. Não é isso maravilhoso para alguém que continuamente é tentado!? E quem não é? A oração de Jesus foi: “Dei-lhes a Tua Palavra, e o mundo os odiou, pois não são do mundo, assim como Eu não Sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como Eu do mundo não Sou.” (João 17:14-16).
E Deus revelou que Jesus a “Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para Si um povo todo Seu, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14). Há um Salvador que pode mudar dentro de nós nossos gostos insubmissos e subjugar nosso coração orgulhoso, tornando-nos zelosos de “boas obras”.
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, a qual por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo” (I Pedro 1:18, 19)
Enfim, creio serem essas razões suficientemente fortes para se evitar as músicas seculares que referi.
Lembre-se: ASSIM DIZ O SENHOR…
“o Meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei…” (Oséias 4:6)
“Arrepende-te dessa tua iniqüidade, e ora a Deus. Talvez te seja perdoado o pensamento do teu coração.” (Atos 8:22)
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:38)
Marcus Guilherme Mesquita Rosa Godinho
Bacharel em Teologia Pastoral no Instituto Adventista de Ensino – Campus 2
Pastor no campo da Missão Ocidental Sul Riograndense das IASD
E-mail: pr.godinho@ibest.com.br

Fonte: Publicado originalmente em http://www.meumundo.americaonline.com.br/musicacrista/pagina/screlcrist.html
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domingo, 17 de agosto de 2014

Cristão deve ouvir música do mundo?


Claro que não! Simples e objetivamente: um cristão não deve ouvir música do mundo. “Nossa, Zágari, agora você foi radical, pegou pesado!”, você poderia dizer. Calma. Antes de discordar do que escrevi e me crucificar, é importante que entenda exatamente o que estou querendo dizer. É que há um ponto nevrálgico nessa discussão: temos de compreender precisamente o que é “música do mundo” – que não necessariamente é o que se costuma chamar por aí de “música do mundo”. Pois música “secular” é uma coisa, música “do mundo” pode ser outra completamente diferente. E aí nós temos uma questão interessante a debater. Que, para solucionar, temos que pensar sempre dentro da Bíblia.
(Só um alerta, em amor: essa questão não se define em 3 ou 4 parágrafos. Por isso, este será um post longo e, se você estiver sem tempo de ler ou não tiver paciência de ler textos compridos, sugiro que nem vá adiante. Mas, se quiser prosseguir, vamos juntos, passo a passo.)
1. O que a Bíblia chama de “mundo”?
Primeiro temos que compreender o que a Biblia chama de “mundo”. No contexto das Escrituras, “mundo” (do gregokosmos) é todo um sistema de valores e práticas que se opõem ao Evangelho, ou seja, àquilo que Jesus ensinou. Ao Reino de Deus. Às boas-novas de salvação. Logo, tudo o que contraria os genuínos ensinamentos cristãos, a ética cristã, a moral cristã, os conceitos bíblicos é… do mundo. E, nesse sentido, não é “mundo” com significado de “universo” ou “planeta terra”, mas no sentido de tudo aquilo que, em resumo, levaria Jesus a fazer careta.
2. Os cristãos não devem se misturar com o que é do mundo
Tendo entendido o que é “mundo” segundo a Biblia, vamos ao segundo passo: provar biblicamente que Jesus e o que é do mundo não se misturam. E, logo, que o cristão e o que é do mundo não se misturam. Para isso, vamos à Palavra de Deus:
1  João 2:15 – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”.
João 1:10 – “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito porintermédio dele, mas o mundo não o conheceu”.
1  Jo 4.4,5 – “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsosprofetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele queestá no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão, falam daparte do mundo, e o mundo os ouve”.
João 3:17 – “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”.
João 15:19 – “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.
Há muitas outras passagens, como a famosa Jo 3.16, mas, para não tornar este texto demasiadamente enfadonho, acredito que essas já são suficientes para demonstrar essa realidade: se você é cristão, se você é sal da terra e luz do… mundo… não deve se misturar ao que vai contra Cristo e aos ensinamentos de Cristo.
E tudo o que vai contra Cristo… É mundo.
Até aqui tudo bem? Ficou claro que, segundo a Biblia, o cristão não deve se misturar com valores anticristãos, ou seja, mundanos? Ok então, vamos adiante.
3. O que é música “do mundo”?
Seguimos para o terceiro e fundamental passo: dedinir o que exatamente é “música do mundo” – aquela que, pelo que já vimos pelos dois passos anteriores, tem de ser evitada pelo cristão. “Música do mundo” seria, então,  aquela que contraria o Evangelho, que se opõe aos ensinos de Jesus, que leva aos ouvidos (e, em seguida, ao cérebro e, como consequência, ao coração e à alma) mensagens que batem de frente com a ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus. Então, o conceito de “música do mundo” está ligado diretamente a aquilo que determinada canção diz: seus valores, sua filosofia, seus ensinamentos.
Portanto, biblicamente, uma música ser ou não do mundo não tem nada a ver com estilo musical, instrumentos utilizados, melodia, harmonia ou ritmo. Tem a ver com MENSAGEM. Com o que ela diz. Com o que ela defende. Com o que ela ensina.
Tendo compreendido isso, vamos falar a respeito de alguns mitos e algumas verdades sobre música “do mundo” e música “cristã”:
Fato 1) A Bíblia não determina cantarmos ou ouvirmos apenas músicas religiosas
Embora todos amemos e devamos louvar, elogiar o Senhor em canções e reconhecer quem Ele é e faz, a Bíblia não afirma diretamente em nenhuma passagem que o cristão só pode ouvir músicas que falem de Deus ou que sejam louvores. Pelo contrário, uma leitura atenta dos livros de Salmos, Cântico dos Canticos e até mesmo Jó, por exemplo, demonstram que a exaltação da criação de Deus, do amor, de sentimentos belos são algo lícito ao povo de Deus. O Salmo 150 infere que louvar deve ser uma explosão de amor pelo Criador. Mas não há proibição bíblica de cantar o amor de um homem pela mulher que ama, por exemplo. Assim, não é antibíblico (logo, não é pecado) eu escrever uma poesia de amor para minha amada ou mesmo uma que exalte as belezas da cidade onde vivo e em seguida musicar esses versos. Poderia, por exemplo, cantar…
.
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
ou
Cidade maravilhosa,
Cheia de encantos mil!
Cidade maravilhosa,
Coração do meu Brasil!
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz,
Que Deus te cubra de felicidade,
Ninho de sonho e de luz.
…e não estaria cometendo absolutamente nenhum pecado. Simplesmente porque nada do que a letra dessas músicas diz contraria o Evangelho, se opõe aos ensinos de Jesus, leva ao coração mensagens que batem de frente com a ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus. Então a conclusao lógica e bíblica é que músicas de amor, canções que exaltam belezas naturais ou até mesmo que, sei lá, contem uma história sobre dois capiaus em visita a uma fazenda – e muitos outros tipos de músicas seculares que não necessariamente são cantadas em igrejas, gravadas por cantores supostamente cristãos ou que sejam tocadas em rádios ditas “evangélicas” – são “música do mundo”. Simplesmente porque não se encaixam na definição bíblica de “mundo”. Não contrariam a Bíblia. Não se opõem a Cristo. Não ensinam nada diferente do que está nas Sagradas Escrituras.
São músicas seculares? Sim. São músicas que não necessariamente falam de Deus ou de seus feitos? São. Mas são músicas que contrariam Cristo ou o Evangelho? Não. Então, evidentemente não são louvores ou músicas sacras, mas também não são músicas “do mundo”, ou seja, músicas pecaminosas.
Fato 2) Muitas músicas seculares são sim “do mundo” e devemos evitá-las
Aí você pode estar pensando “Uhu! Então liberou geral! Posso ouvir o que quiser!”. Nananinanão. Não é bem assim. Biblicamente você pode ouvir uma música que não necessariamente fale de Deus, mas você SEMPRE tem que prestar atenção na letra das músicas, na MENSAGEM que elas transmitem. Se essas músicas apregoam valores antibíblicos, porque aí sim elas são músicas do mundo. E aqui vou dar exemplos práticos. Em pleno Rock in Rio, li no twitter uma cristã dizendo que estava triste porque não poderia assistir ao show dos Titãs. Por isso, decidi tomar esse grupo como exemplo. Bem, os Titãs têm músicas cujas mensagens são claramente antibíblicas. E, por definição, são “música do mundo”. Por exemplo, comecemos com a música mais óbvia, chamada Igreja. Leia com atenção a letra, com especial atenção ao que está em negrito:
Eu não gosto de padre
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém.
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
Nem da missa das seis.
Não! Não!
Eu não gosto do terço
Eu não gosto do berço
De Jesus de Belém.
Eu não gosto do papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus.
Eu não gosto da igreja
Eu não entro na igreja
Não tenho religião.
Não!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Agora… você, que é cristão, me responda sinceramente: você cantaria essa música achando que “não tem nada a ver”? Se alegrando, sorrindo e pulando? Isso é algo que uma pessoa lavada e redimida pelo sangue daquele que foi à Cruz pelos pecadores sai cantando feliz da vida? Haveria anjos ao redor se alegrando? Você responda.
Vamos a outra: Homem Primata. Selecionei um trecho:
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer
E não vai pro céu
É bom aprender
A vida é cruel…
E aí, crente? Cantamos e nos alegramos cantando isso? “Deus contra todos”? Por favor, apenas pare um minuto para pensar no que você está cantando: “Deus contra todos“! Como assim?!
Para completar o pacote, só mais uma, da qual extraio um trecho: Epitáfio
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar…
O acaso? Mas se a Bíblia diz que há um Deus que controla todas as coisas, como seria possível que “o acaso” protegesse alguém? Biblicamente, “acaso” é um conceito que não existe. Logo, Epitáfio traz uma mensagem antibíblica. E, logo, lamento informar, é música do mundo.
Usei os exemplos do Titãs porque é um grupo bem conhecido e você possivelmente já cantou essas canções (e outras que são tão chulas que nem me atrevo a escrever a letra aqui), como eu mesmo já cantei milhares de vezes antes de Jesus me converter, fui a shows, comprei os CDs. Só que aí somos salvos, o Espírito Santo passa a habitar em nós e começa a nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. E você, que é salvo, sabe como essas coisas nos incomodam, não é? Aí você começa a ouvir as MENSAGENS que grupos como os Titãs passam em músicas como essas (e olha que só citei três, hein) e algo faz um clique no teu espírito sobre esse papo “careta”, “radical”, “ortodoxo” e “fundamentalista” de “não ouvir música do mundo”.
Mas, para não ficarmos falando somente de uma banda, deixe-me pegar apenas um outro exemplo de um universo de grupos e cantores que poderiam pegar: o conhecido Barão Vermelho. Seleciono uma música que tem um título bem sugestivo e que era a minha preferida deles antes de Jesus me justificar, chamada Nunca existiu pecado. Reproduzo as 3 primeiras estrofes:
A rapidez velha do tempo
Revive inquisições fatais
Um novo ciclo de revoltas
E preconceitos sexuais
Por mais liberdade que eu anseie
Esbarro em repressões fascistas
Mas tô a margem disso tudo
Desse mundo escuro e sujo
Não tenho medo de amar
Pra mim nunca existiu pecado
Essa vida é uma só
Nesse buraco negro eu não caio.
Ou seja, Barão Vermelho está defendendo por meio da mensagem dessa letra que:
1. Não existe pecado;
2. O Cristianismo é sexualmente preconceituoso;
3. A ética de Cristo é uma “repressão fascista” porque contraria aquilo que o pecador deseja fazer;
4. Quem afirma que existe pecado (obviamente nós, cristãos) representa um “mundo escuro e sujo”;
5. A defesa da ideia de que existe pecado é um “buraco negro”.
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Agora me diga você: em sua opinião, a letra dessa música contraria o Evangelho, se opõe aos ensinos de Jesus, leva ao coração mensagens que batem de frente com a ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus… ou não? Se a sua resposta foi “sim”, então essa é uma música “do mundo”. Portanto, chegamos aqui à grande conclusão: segundo os padrões bíblicos, “música do mundo” NÃO é sinônimo de “música secular”. Logo, as músicas do mundo sim, devemos evitar. As seculares, não necessariamente.
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Fato 3) Não existe um estilo musical chamado “música evangélica”
O que existe é música feita a partir de realidades bíblicas. E que podem ser feitas em diferentes estilos. “Vem com Josué lutar em Jericó…”, por exemplo, é rock. “Aquele que tem sede busca beber da agua que Cristo dá…” por sua vez, é axé. Cassiane em geral tem muito forró. E por aí vai. Logo, não existe nenhum estilo “maldito” ou, como diz um amigo meu, “não existe dó maior ungido e sol sustenido endemoninhado”. Se você for analisar com cuidado, verá que “música evangélica” no imaginário popular é:
● Música cantada em igreja;
● Música cantada por cantor que frequenta igreja (dito “cantor evangélico”);
● Música gravada por grupo de louvor de igreja;
● Música que toca em rádio “evangélica”;
● Música lançada por gravadora “evangélica”;
● Música que consta em algum hinário tradicional.
Só que, desses itens, alguns são muito duvidosos. Das músicas cantadas em igrejas, muitas carregam em si heresias e são músicas “do mundo” (calma, falaremos em detalhes sobre isso daqui a pouco). Eu conheço pessoalmente “cantores evangélicos” que vivem como pagãos, são pecadores, só estão atrás dos bens materiais que sua notoriedade pode lhes proporcionar. Conheço “grupos de louvor” que tocam pela fama e o dinheiro e não por um desejo real de louvar o Senhor. Sei que muitas “rádios evangélicas” só existem para gerar lucro e poder para seus donos, que por sua vez vivem vidas pecaminosas e totalmente fora do Evangelho. Conheço os bastidores de certas “gravadoras evangélicas” onde o ambiente é tão mundano que nenhum funcionário confia em sair pra almoçar e deixar a bolsa em cima da mesa, pois ocorrem furtos ali dentro. E entenda: eu conheço. Não ouvi falar. Sei o que estou dizendo.
Portanto, dizer que só podemos ouvir “música evangélica” (se por “música evangélica” entendermos o que mencionamos acima) é uma afirmação cheia de buracos.
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Fato 4) Fazer versões de músicas seculares com letras cristãs não é pecado
Pelo contrário, é uma prática muito, mas muito mais usual em nossos hinários do que você imagina. Uma enorme quantidade das músicas contidas em hinários como a Harpa Cristã e o Cantor Cristão, por exemplo, originalmente eram canções entoadas em prostíbulos (não vou dizer quais para que da próxima vez que você for cantá-las não as considere indignas). Os músicos que tocavam nessas casas de pecado se convertiam, pegavam as melodias que conheciam (muitas das tinham letras originais que falavam sobre encher a cara de uísque e vinho, além de coisas similares), punham letras cristãs e passavam a cantá-las durante os cultos, nas igrejas. Isso é histórico, basta você estudar um pouco sobre isso que vai comprovar, não estou inventando nada disso.
E não só músicas de bordel. Músicas seculares de outras linhas também. O hino 185 da Harpa Cristã, por exemplo, é o Hino Nacional da Inglaterra com uma letra cristã: “Vem tu, ó Rei dos reis, buscar os teus fiéis…“. Já o conhecido hino “Os guerreiros se preparam para a batalha…” é o Hino Nacional das Ilhas Fiji, você sabia? O tradicionalíssimo hino “Vencendo vem Jesus” (Glória, glória. Aleluuuuuia!) é uma versão de uma música militar da época da guerra civil americana chamada “John Brown”s Body”, que exaltava os esforços de um homem na guerra. Um mulher cristã ouviu a melodia, gostou e pôs um letra cristã. E, a partir daí, começamos a cantar em nossas igrejas, Deus sempre foi louvado maravilhosamente por intermédio dessa canção, a entoamos ainda hoje e o religare do homem com o Criador ocorre perfeitamente – apesar da origem pagã da música. Ou você achava que essa música desceu do céu trazida por um anjo numa bandeja de prata? Não, muitas músicas que consideramos “hinos sagrados” (e são!!!) têm origem secular e são adaptações feitas para o canto religioso.
Mais recentemente há exemplos como o do cantor Marco Aurélio, que gravou “Caminhada” (“Eu vi Jesus, Jesus me viu, no mesmo instante me redimiu…“). Ela nada mais é do que a canção “My Way”, cantada por músicos como Frank Sinatra e Elvis Presley. E por aí vai. A pergunta é: essas versões deixam de ser válidas ou dignas de serem cantadas em cultos e igrejas como hinos congregacionais porque originalmente eram seculares? De jeito nenhum. Pois tornaram-se músicas com MENSAGENS cristãs.
Fato 5) Muita música dita “evangélica” é “do mundo”
E aqui chegamos ao ponto mais polêmico de todos. Só porque uma música foi composta ou é cantada por alguém que se apresenta como cristão isso não quer dizer que ela transmita valores biblicamente corretos. Há muitas e muitas músicas “evangélicas” que são “do mundo”. Exemplo: tem um conhecido grupo gospel (que inclusive saiu brigado de sua igreja) cujo vocalista (que agora já saiu da banda para seguir carreira solo) na “ministração” antes de começar uma de suas mais cantadas músicas em igrejas fala como se estivesse orando a seguinte frase (está registrada inclusive no CD):
- Nós queremos um romance contigo, Senhor.
Peraí. “Romance” com Deus? O Todo-Poderoso Criador dos Céus e da Terra agora virou o quê? Nosso namoradinho? Desculpem-me, mas isso é antibíblico e, logo, mundano.
Outro exemplo: um conhecido corinho cantado em muitos louvores, às lágrimas, por muitos de nós, diz a seguinte coisa:
Diante dEle se dobram os reis
E se prostram para O adorar
Nem os anjos que O cercam louvando
Se permitem sua face olhar
Só tem um detalhe: essa letra é antibíblica. Mateus 18.10 diz: “Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste”. Então temos que decidir se os anjos contemplam a face de Deus ou não. Eu fico com a Bíblia, que diz que sim, os anjos contemplam a face de Deus, ao contrário do corinho. E se o corinho diz algo que vai contra o que está na Bíblia, desculpem, é “música do mundo”. “Ah, Zágari, você está sendo radical, o resto da música é perfeito , afinal, é um louvor tão bonito…”, alguém poderia dizer. Bem, aí entram 1 Co 5.6 e Gl 5.9, que dizem que, biblicamente, um pouco de fermento leveda toda a massa. Nesse sentido sou radical sim: basta uma única e pequena heresia na letra de um “corinho”, de um “hino” ou de um “louvor” (como você preferir chamar) para o descartarmos dos nossos cultos.
Isso sem falar dos chamados “corinhos do fogo”, muito habituais nas igrejas pentecostais não-reformadas. Tem um que diz “O fogo santo está queimando, o Espírito Santo está batizando“, referindo-se ao que os pentecostais chamam de “batismo no Espírito Santo” e os tradicionais de “plenitude do Espírito”, seguindo a linha defendida por teólogos como John Stott. Fato é que, biblicamente, o responsável por esse fenômeno é Jesus, o Deus Filho, e não o Espírito Santo. Outro ensino antibíblico e, portanto, “do mundo”.
Fato é que toda letra de cânticos (congregacionais ou não) “evangélicos” deve ser submetida ao crivo bíblico. O certo não é o que a pessoa sente, se ela fica emocionada, arrepiada ou se chora: o certo é o que está de acordo com a Bíblia.  Como afirmou o Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho em palestra durante um Encontro de Músicos, na PIB de Manaus, “Raramente se fala de Jesus, e, quando se fala, dá para notar que Jesus é muito mais um conceito para dentro do qual as pessoas projetam seus sonhos de consumo ou de classe média do que o Redentor e Salvador. A linguagem é horrorosa: mergulhar nos teus rios, beber nos teus rios, voar nas asas do Espírito, estar apaixonado por Jesus, subir acima dos querubins… uma série de expressões que não fazem sentido algum”, afirmou Pr. Isaltino. E, convenhamos, com toda razão.
Cantamos na igreja sem saber o que estamos cantando, por ignorância teológica e porque determinada música toca na rádio, é de um grupo famoso, está na moda e o povo gosta.  Por exemplo, no “corinho” abaixo…
Quero subir ao Monte santo de Sião
E entoar o novo cântico ao meu Deus
Mais que palavras minha vida eu quero entregar
Purifica o meu coração para entrar em Tua presença
contemplar a Tua grandeza
…o que as pessoas não sabem por desconhecimento bíblico é que o “monte santo de Sião”, segundo Hebreus 12.22-24, é um símbolo do Evangelho, da Igreja de Deus. Consequentemente, todo cristão já está no “monte santo de Sião”. E, por isso, não há teologicamente, segundo o Novo Testamento, por que “subir” nele. Mais um equívoco bíblico. Também cantamos em nossas igrejas:
Eu só quero Te amar, 
Eu só quero ver Tua face 
Quero Tocar Seu coração 
Eu só quero Te amar, 
Eu só quero ver Tua face
O mesmo cantor tem outro corinho que diz:
Quero te ver, quero te ver
Eu quero te tocar, 
eu quero te abraçar 
Quero te ver
Detalhe: é importante repararmos que o cantor está dizendo que quer ver Deus e sua face EM VIDA e não no porvir. Só que se nós formos ler Êxodo 33.20, é claríssimo e inequívoco o que Deus diz a Moisés: “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá”. Então o que estamos pedindo nesses corinhos é para ver a face de Deus e morrer? Algo está biblicamente errado e, se formos analisar, estamos fazendo pedidos mundanos a Deus. Como eu “quero te ver” se Ele diz na Biblia que “homem nenhum verá a minha face , e viverá”? Instinto suicida?
Em João 12.45 e João 14.9 Jesus afirma claramente a forma de ver o Pai: ver a Ele próprio, Jesus. “Quem me vê a mim vê o Pai”. Logo, é buscando Cristo e sua pessoa em espírito que temos acesso a Deus, não tem nada a ver com “eu só quero ver a tua face”. No discurso de Pedro no dia de Pentecostes em At 2.28, ele deixa claro que contemplar Deus face a face só ocorrerá na eternidade: “Com a tua face me encherás de júbilo”. A face de Deus é biblicamente inalcançável nesta vida. Logo, por que ficamos cantando pedindo para”ver sua face”, já que isso biblicamente não é possível – logo, é antibíblico? Pronto, não me odeie por dizer isso, mas a falta de canonicidade nessas afirmações de corinho tornam músicas como essas…músicas “do mundo”.
Conclusão
Falar sobe música “evangélica”, “do mundo”, “sacra”, “cristã” ou “secular” é um assunto muito sensível. Pois mexe com muitas ideias pré-concebidas, com muitas práticas que mutidões adotaram por décadas em sua vida de devoção, é contrariar crenças e práticas. Para um pastor, chegar à concusão de que um corinho que ele cantou por anos em sua igreja é música “do mundo” e, assim, removê-lo do rol de canções que são executadas no culto não é uma tarefa fácil. Exige oração, humildade e temor sincero a Deus. Para uma ovelha que anatemizou durante anos músicas seculares achando que “rock é coisa do diabo” e de repente descobrir que bandas de “rock gospel” como Oficina G3 têm letras e mensagens muito mais bíblicas do que certos hinos de 200 anos de idade exige quebrantamento.
Não estou falando aqui de estilo musical. Pois a Bíblia não fala de estilo. Logo, estilo é um assunto restrito aos gostos pessoais e não tem a ver com doutrinas e teologia. Se uma música deve ter bateria ou não, se ela pode ser acelerada ou não, se é rock, forró, bolero, valsa ou o que for, não importa. Simplesmente porque biblicamente não importa. O tal gênero “música evangélica” não existe. Cada “música evangélica” carrega um estilo próprio, seja esses que já mecionei, seja algum diferente, como black music, hip hop, blues, bossa nova, sertanejo, jazz, new wave, pop, reggae, samba, ska ou qual for. Dizer que “música tal não é do mundo porque é estilo evangélico e não rock” é uma inverdade. Pois há músicas evangélicas que são rock. E – repetindo – estilo musical só depende de uma única coisa: gosto pessoal. Não tem nada a ver com Bíblia. Se estou errado, por favor que alguém me prove nas Sagradas Escrituras.
Sendo assim, nós temos de nos voltar para o que interessa: a MENSAGEM. A pergunta que devo sempre me fazer é “o que essa música está dizendo contraria algo da Bíblia?“. Se a resposta for “não”, defendo que é uma música que pode ser ouvida por um cristão. Pois vai trazer alegria, paz, prazer. Sendo ela secular ou religiosa. Ouvir Mozart, Bach, Haendel, Mendelssohn ou uma boa ária de ópera, por exemplo, pode acalmar a alma de alguém em estresse e assim criar uma condição em seu coração que lhe permitirá orar a Deus com muito mais entrega. Eu já entrei muitas vezes na presença de Deus ouvindo o violinista judeu Itzhak Perlman executar ao violino o tema do filme “A Lista de Schindler”, por exemplo. Chorei. Me derramei. E fui muito mais sincero e entregue a Deus do que se tivesse posto para ouvir um desses CDs de pop brega evangélico.
A ao fazermos a pergunta “o que essa música está dizendo contraria algo da Bíblia?” temos de estar preparados para sofrer. Pois vamos perceber que muito do que cantamos em nossas igrejas é música “do mundo” pela simples razão de que afirma coisas que a Bíblia não diz.
Sei que o que aqui escrevi contraria a crença de muitos. Certa vez, ao ministrar numa Escola Dominical uma aluna ficou tão ofendida pela verdade que falei de que hinos da Harpa Cristã vinham de bordéis que se levantou e se retirou da sala. Sei que isso mexe com convicções e emoções. Mas não posso jamais fugir do que as Sagradas Escrituras dizem. Não podemos fugir da verdade. São as Escrituras que devem sempre nos nortear – e não aquilo que ficou estabelecido pela cultura popular (em especial a cultura popular evangélica) ao longo das décadas. E falo como evangélico, não sou desses pastores e teólogos revoltados que inventaram agora que ser “evangélico” é palavrão. Nada disso. Falo como filho da Reforma Protestante, herdeiro de Jesus e também de reformadores como Lutero e Calvino. Não renego minhas origens. Sou cristão, de tradição evangélica e me orgulho disso.
Para terminar, volto ao início de nosso texto, para a pergunta-título deste artigo. Se você me perguntar “um cristão deve ouvir música do mundo?”, eu vou voltar a afirmar: “Claro que não!”. Pois o cristão deve sempre caminhar de acordo com as Sagradas Escrituras. E se uma música, secular ou religiosa, traz em si ensinamentos antibíblicos… meu irmão, minha irmã, jogue o CD fora.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício
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comentários
  1. Anny disse:
    Maurício, acho COMPLEXO e COMPLICADO demais este assunto por um único motivo: a quem estas bandas consagram estas músicas? Este para mim é o ponto. Uma faixa qualquer, pode não ter uma letra que pregue contra a Palavra de Deus, mas toda a obra da banda ou músico sim. Por outro lado, eu também tenho dois pés atrás com determinadas bandas Gospel que fazem shows para glorificar a si mesmo e não ao Senhor. Particularmente, eu trabalhei muito tempo com a música e com este mundo/mercado, então não tenho boas referências, apesar de muitas vezes sentir vontade de ouví-las. Enfim, tenho dentro do meu coração e até através de experiências que músicas celulares ou mundanas, mesmo que às vezes eu as ouça, não “fazem bem”e eu sinto isso. =/ A questão é que não podemos apelar para o radicalismo, tampouco abrir brechas, mas eu, Anny, acho que o mais correto perante os olhos de Deus é não ouví-las. Quanto ao estilo, isso para mim é indiferente. Nãoi há em lugar qualquer que justifique o fato de não poder louvar a Deus através de estilos de músicas diversas. Nisso eu concordo contido em GNG. =)
    • Respeito tua opinião, Anny. Quem viveu o que vc viveu às vezes precisa mesmo pender o pêndulo só para um lado.
      Sobre a consagração, é o que ocorreu com Pedro na casa de Cornélio. Se é santificado, pertence a Jesus. Toda consagração a Satanás é quebrada na hora. Vc pode comer farofa de despacho que, se for consagrada ao Senhor, santificada pela oração…acrescente um salzinho e vá em frente!
      Só não posso concordar que toda musica secular é mundana. Bem, vc leu o post, ali meu entendimento bíblico tá bem explicadinho.
      Beijo e a paz de Cristo.
      • Rafael Belati disse:
        Prezado Zágari,
        Li todo o post e concordo com sua visão, considerando que é de grande valia que pensemos sempre no que estamos ouvindo e cantando. Somente discordo de uma idéia. A de que podemos lançar mão das músicas originalmente anti-cristãs e “santificá-las”.
        Coloquei aqui esta observação aqui pois quando lemos I Cor. 8:10 temos certeza de que podemos comer de tudo, desde consagremos este alimento ao Senhor, devendo pensar se isto vale mais a pena do que fazer perecer o fraco na fé por quem Cristo morreu. Já em outra passagem, Atos 15:27-29 lemos que devemos nos abster de coisas sacrificadas a ídolos. Sempre entendi assim: Se o sujeito vem me oferecer algo e não diz que aquilo é consagrado à ídolos (demônios), eu devo dar graças ao Senhor e comê-lo. Ainda que seja consagrado nenhum mal poderá me atingir pois o Senhor santificou a coisa. Mas sabendo da origem, porque consumir a tal coisa consagrada aos demônios? Esta é pra mim a questão. No que diz respeito á comida, sou como um avestruz, como de tudo. Mas comer comida de macumba me parece demais. Não considero que deveria fazê-lo simplesmente por não ser conveniente, apesar de lícito.
        Agora a música. Quanto o profeta Samuel entrou no palácio de Saul e ouviu o balido de ovelhas e o mugir de bois, perguntou ao Rei o que seria aquilo e este disse que separara o melhor para oferecer como holocausto ao Senhor. Perdeu o reino. Oferecer à Deus algo que o próprio Senhor mandou destruir não me parece conveniente. Quando fiquei sabendo da origem destas hinos da Harpa Cristã, minha curiosidade me faz pesquisar suas versões originais e verificar suas letras. As que são do mundo eu não mais cantarei ou ouvirei.
        É simples. O dom da música vem de Deus e ele não tira o que deu. Dessa forma, os caras dos Titãs continuarão a fazer músicas com grande qualidade. O problema sempre será a inspiração. Todo mundo canta o que vive. Claramente estes músicos dos Titãs odeiam o cristianismo e suas representações. Claramente quem copia música que já é famosa e converte a mesma busca assemelhar-se ao mundo. Não concordo e nunca, jamais concordarei que precisamos letrar ou fazer versões de qualquer música mundana. Seria conveniente converter a música do Titãs?
        “Eu não gosto do terço mas eu gosto do berço, de Jesus de Belém. Eu não gosto do papa mas eu creio na graça no milagre de Deus.”
        Sobre a versão de My Way, ouvir o original é muito melhor. Convenhamos. Em matéria de música, Frank Sinatra é ícone. Não ouvir o original e dar valor para versão escrivinhada é demonstrar ter gosto duvidoso. Mas gosto é gosto né. A gente não discute, lamenta.
        Tenho muito prazer em ler seus textos. São reflexões sempre maduras. Gostaria que comentasse sobre minha opinião. Posso estar sendo radical, mas levar pro altar o que foi feito com outro objetivo, acho demais.
        Em Cristo.
        Rafael Belati
      • Querido Rafael,
        obrigado pelo diálogo.
        Sobre comer macumba, naturalmente foi uma hipérbole para reforçar um argumento, não falei literalmente – até pq temos de levar em conta questões de higiene rs.
        Sobre comer algo sacrificado aos idolos…a meu ver o problema não é saber se tinha sido sacrificado ou não, pois após a santificação eu sabendo ou não a origem daquela comida o resultado é inócuo, não me fará mal algum. Então que diferença faz? Saber ou não saber de onde vem não tem relevância.
        E, lógico, se há alguém débil ou novato na fé por perto que se escandalize, não comemos. É bíblico e concordo. Mas na prática é como alguém se escandalizar por eu beber um copo de água. Não bebo para não escandalizar, mas não me faria mal algum.
        Sobre as versões…mano, eu não inventei isso. Simplesmente é um fato: se não acreditarmos que Deus pode ser verdadeiramente louvado por uma música só porque ela foi composta originalmente sem uma letra religiosa, jogamos no lixo TODOS os hinários conhecidos: Harpa, Cantor Cristão e montes e montes de corinhos. E basta vermos o quanto Deus é louvado por meio dessas músicas para comprovar que o fato de serem músicas originalmente com letras pagãs nunca fez nenhuma diferença.
        E quantos músicos e compositores supostamente “cristãos” são na verdade pagãos, alcoólatras, mundanos, gananciosos…e vc apenas não sabe, mas eles tocam em rádios evangélicas, são muito bem pagos para cantar nas igrejas e os consideramos santos e ungidos quando são piores que muitos musicos seculares. E aí?
        Eu comentei isso em outros comments, Rafael, mas repito aqui. Se formos consumir apenas o que foi feito por cristãos, não vestiremos mais roupas (vai que a costureira era hindu), não andaremos mais em carros (fabricados no Japão budista), não moraremos na nossa casa (erguida por construtores umbandistas) e nem mesmo tomaremos a Ceia na igreja – afinal, aquele suco de uva e o pão podem ter sido feitos por um padeiro e um vinicultor espíritas. Por isso, creio que não é por aí, mano.
        Embora respeite sua opinião, a Bíblia, a História e a prática do dia a dia mostram, a meu ver, que merece ser repensada.
        Um abraço forte, no amor de Cristo que nos une.
      • ISABELLE disse:
        Mauricio, adoro seus artigos, graças a Deus que te capacitou para instruir o povo, pois como diz a Sagrada Escritura ” O povo padece por falta de conhecimento”
        Eu gostaria de saber, se há algum erro em ouvir músicas tipo Kate Perry, Rihana…. em que a letra
        nem sempre são profanas, mas que muitos desses cantores se consagram ao diabo, na realidade
        o que eu gosto às vezes, nessas músicas é o ritmo, a melodia, por vezes nem me atento a letra ( claro, agora tenho buscado a tradução para não profanar contra nosso Senhor )
        eu li todo o post, mais alguns comentários mais não consegui saciar essa dúvida.
        Que nosso Deus maravilhoso possa te capacitar cada dia mais
        Abraços
      • Isabelle,
        obrigado por compartilhar. Eu não saberia responder, pois não conheço as artistas que vc mencionou. No entanto se vc diz “mas que muitos desses cantores se consagram ao diabo” eu de cara já os descartaria.
        Eu não vejo aqui nem um principio teológico, vejo uma sabia norma do código nacional de trânsito: na duvida não ultrapasse.
        Se vc não tem certeza sobre a influencia maligna de um artista, Isabelle, não ouça. Eu por exemplo nunca ouvi nem sei quem é, por exemplo, Rihana. E vivo muito bem, obrigado.
        Então, na duvida, delete.
        Ok?
        Deus te abençoe!
    • muito bom, vejo pessoas criticarem muito outras pessoas por causa de música.
      tenho muitos amigos que fazem conservatório e trabalham inclusive até cantou em casamentos católicos e seculares, por isso são muito bombardeados,por críticas,
      as crísticas são por que estão cantando musicas católicas, se prestassem atenção nem toda música tem os pensamentos deles , existem muitas músicas que são histórias e louvores, tambem.
      posso te fazer um pedido? se não for muito incômodo,
      poderia postar alguma coisa sobre esse dia 21 de 12 de 2012?
      muitas pessoas estão pensando besteiras.
      um abração, Deus te abençoe.
      • Olá, Gleiscon
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        de fato, há uma incompreensão muito grande acerca do tema. Oremos emensinemos a verdade, fazendo, assim, a nossa parte.
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        Sobre o dia 21, mano, a resposta é tão curta que nem vale a pena escrever um post. É, simplesmente: o mundo não vai acabar.
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        Mesmo dentro do calendário maia, a data não representa o fim de tudo, mas o inicio de um novo ciclo. Mas aí chega a mídia e começa a distorcer essa historia para vender jornais. É uma pena que haja gente ingênua o suficiente para crer nisso.
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        Sigamos com nossas vidas, pois dia 22 é aniversario de minha filha e tenho um almoço para preparar. Já encomendei o bolo, inclusive rs.
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        Abraço, querido, que Deus te abençoe!
        mz
      • lidia disse:
        então eu posso orar e comer doce de são Cosme e Daminhão consagrados a satanás que eles não me farão mal?
      • Olá, Lidia,
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        não farão nenhum mal. Leia Atos 10.1-48; 1Coríntios 8.1-13; Mateus 15.10-11.
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        Deus a abençoe,
        mz
      • Clementina Maria Soares disse:
        È a primeira vez que visito este site, e confesso que me edificou muito. Compartilho a mesma opinião: nem toda música que não é gospel é mundana, porém há músicas gospel que vai contra todos os ensinamentos cristãos.
        Lembro-me de um trecho de uma música que me fazia muito feliz no início de minha conversão:”Sou feliz porque estou amando , como o sol que traz a aurora seu amor me trouxe luz”. Por causa dessa estrofe praticamente eu fui convidada a procurar outra igreja, pois me disseram que não poderia permanecer ali. Fiquei triste mas permaneci até que o Senhor me direcionasse para outra. Te agradeço por ter outras pessoas que tem a mesma opinião a esse respeito.
        Que a graça e a paz de Deus esteja sempre contigo sempre te abençoando e te direcionando.
        Abraços!!!
      • Oi, Clementina,
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        fico feliz por poder edificar a sua vida. Que aprendamos sempre com os erros, nossos e dos outros, para que não os cometamos. Em nome de Deus muitos agem sem graça, amor ou compaixão. Uma pena.
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        Abraço pra ti, no amor de Cristo,
        mz
    • Natália disse:
      Desconsagre o que ouvir e tudo fica bem… nos é lícito faze-lo!
    • lay disse:
      Eu ia comentar isso Anny, mas tu falou por mim.. A paz do Senhor irmã
    • sthefani disse:
      concordo e sei que a industria da musica está recheada de cantores que fiseram
      pacto
  2. Felipe Nascimento disse:
    MauricioZagari me envie algumas orientações de músicas para que podemos ouvir e apreciar , nós cristaos, confesso que ouço músicas mundanas,
    MauricioZagari Além do seu belo post no blog, vai dificulta mais ainda a vida do cristão, mais eu ainda continuo sem entender porque sentimos atração pela música mundana, eu confesso que escuto, pois gosto do sons que eles fazem, mais tirando a letra da música mal sei oque aquela mensagem transmite. Mais muito obrigado por postar este blog, ajudará muita gente concerteza. Acho que a única sugestão, conselho que devemos fazer é não adorar essas músicas, mais é bem dificil do que se pensa, é necessário está bem intimo com Deus, pois estou afastado. Por favor, Mauricio me oriente em alguns conselhos seus, grato.
    Felipe Nascimento. Twitter: @f_nascimento1
    • Felipe,
      a musica do mundo nos atrai simplesmente pq musica é algo belo. Não tem nada de espiritual nisso.
      Se vc quiser ouvir bons musicos cristãos, ouça Gerson Borges, Joao Alexandre, Stenio Marcius, Silvestre Kuhlmann, Paulo Cesar Baruk, Leonardo Gonçalves, Wanda Sá, Velho Irlan^des…há muitos bons musicos cristãos que fazem boa musica. Uma dica: ouça a http://www.garagemmp3.com.br/radio-mc3. Tem muita musica cristã boa lá.
      Espero ter ajudado.
      Abraço forte e Deus te abençoe!
  3. Nossa Maurício, estávamos com a mente sintonizada. Eu ia escrever sobre isso e quando vejo você já escreveu, e muito mais completo do que os meus argumentos.
    O problema não é a música, o problema é o quanto nós temos convicção da nossa fé. Se você estiver perto de Deus você vai querer coisas que te edificam. Eu ouço música secular, mas não sou viciado, eu ouço só quando dá. É claro que se eu sei que a música fala porcaria nem vou ouvir.
    As músicas que mais me afastaram de Deus nos ultimos anos, foi a própria música gospel. Me faziam acreditar em coisas que nem eram bíblicas. Por isso devemos ler a Bíblia, orar e vigiar. Porque muitas vezes os cristãos demonizam a música secular e santificam qualquer coisa que tem “gospel” no nome.
    Por exemplo, antes de começar a estudar a Bíblia de verdade eu idolatrava o Diante do trono. Pensava neles o dia inteiro e sabia o nome de todos os integrantes, seus cônjuges, o nome de todos os cds e seus tracklists. Hoje eu ja sou mais equilibrado. Eu sou fã do Eric Clapton, mas eu não tenho foto, não sei nem quantos cds ele ja lançou não sei a idade dele, se ele é casado. De vez em quando coloco a música e ouço, mas não fico ansioso. Meu vicio pelo diante do trono era errado. E hoje só ouço música quando dá.
    Maurício eu ja vi pessoas vindo brigar comigo que música secular era do diabo e logo em seguida marcando para ver o filme exorcista ou filmes de terror. Não é de dar raiva? kkkkk
    Muitas pessoas batem tanto nessa tecla que fico até enjoado de ouvir os mesmo argumentos.
    Se ausentar do mundo é uma falsa santidade. Se você diz que a música afasta de Deus, quanto mais filmes e tv que alem do audio tem o visual também.
    Se for por esse caminho não lemos mais livros, não vemos tv, não fazemos mais amizades com não cristãos, temos que parar de ir na escola e ficaremos igual aqueles cristãos que fundavam vilarejos para se purificarem do mundo. Meu irmão, até livro de escola influencia as pessoas. Livros de criança da escola ja ensina evolucionismo, que o homem veio do macaco. Temos que Firmar nossa fé em Cristo e não em falsa santidade. Se isentar de coisas “seculares” para se santificar é uma falsa santidade. Se nossa fé estiver firme em Cristo, nós é que vamos influenciar, nós que vamos pregar.
    Desculpe o comentário gigante Maurício, é que fico meio revoltado com essas coisas! kkkkkkk
    Você ja percebeu que as vezes me empolgo né? kkkk
    Deus te abençoe meu amigo! =D
    • Grande Kendi,
      o que vc falou é uma realidade. Na verdade, penso que a responsabilidade é mais das lideranças, pois são elas que selecionam e instruem seus membros. Nós apenas cantamos o que ouvimos nas igrejas (e, para quem tem estômago, nas “rádios evangélicas”).
      Falta ensino. E falta ensino pq as próprias lideranças não estão lendo livros nem estudando como deveriam. Apenas repetem argumentos pré-fabricados que mimetizam sem refletir. Uma pena.
      O membro que se instrui mais acaba chegando às conclusões que chegamos. Como vc chegou com o referido grupo musical que citou(que já virou mais empresa que grupo de louvor). Eu pessoalmente não ouço
      nada deles pois, alem de muitos furos teologicos nas letras não gosto de quem ministra entre as musicas como quem estivesse chorando, sofrendo. Mas há quem goste, vire fã (fã de cristãos rsrs) e defenda até a morte. Eu respeito. Mas que prefiro um bom Gerson Borges, Stenio Marcius e João Alexandre… Ah, sem duvida. E, claro, os seculares. Gosto em
      especial dos clássicos, Mozart, óperas, mas tb aquilo que há de bom entre os dos nossos
      dias (não vou mencionar nomes pq não quero escandalizad irmãos e isso
      iria contra as Escrituras).
      Um abraço, mano. Valeu pela comunhão preciosa. Jesus te abençoe hj e sempre.
      • Ariane Borges disse:
        “Eu pessoalmente não ouço nada deles pois, além de muitos furos teológicos nas letras não gosto de quem ministra entre as musicas como quem estivesse chorando, sofrendo”. #Fato!
        Tocou exatamente no ponto mais crítico desses grupos musicais.
      • Lamentavelmente.
        Um beijo e paz, Ariane.
      • Inerves disse:
        Caro Maurício, a meu ver, existe de fato um patrimônio cultural de música cristã brasileira com letras muitíssimo mais inteligentes que foi deixado de lado por manifestações “literárias” mais simplistas. Porém precisamos entender que poesia requer interpretação (obviamente, o D. Quinlan sabe que Jesus não está aqui presente em corpo para beijá-lo e abraçá-lo), tampouco o Davi Sacer estava “falling in love” com Jesus. Uma mente tão brilhante como a sua, sem nenhum esforço, pode perceber isso. Minha filha, aos 6 anos escreveu “quero ouvir tua voz e te conhecer mais e mais”, e ela já entendia que Deus concebe formas múltiplas para falar às suas ovelhas, não necessariamente dizendo “Olá menina, eu sou Deus!”. Ainda com relação ao irmão “ter saído brigado da igreja” envolve questões que nada tem a ver com a igreja, o assunto focal foi $$. Houve conflito entre as ovelhas e o pastor, também “empresário” das ovelhas, logo, a briga foi contratual. Enfim, não podemos negar o enorme peso cultural que temos da herança de fé americana dos séculos XIX e XX, para a qual quase tudo é condenável, ou seja, jogam-se no lixo o bom e o ruim para que não se corra o risco de comer que faz mal. Particularmente, como músico e pastor, sinto-me atraído por belas músicas, mas sinto-me também atraído pela responsabilidade de dar bons conselhos às pessoas. O consumo de música, assim como o de bebida alcoólica pode ter um caráter puramente de apreciação, mas também pode representar um caminho de fuga (quando os conflitos da alma empurram-nos para elas, diferentemente de momentos de pura apreciação, com total liberdade de consciência, com liberdade no Espírito). Eu vigio. Por último, plágio é muito feio. Gostos à parte, achei mais legal a atitude do cantor Lázaro, que se converteu e pegou a melodia que antes tinha colocado uma letra e colocou na sua própria melodia nova letra. Fora isso, acredito que cada dia que Deus nos dá inspira uma experiência musical nova, basta a gente acreditar. Como você amplia bastante a exposição, não dá pra ser conciso. (Ah, confesso que, muitas vezes, eu sou mesmo prolixo). Foi um prazer conhecer esse blog. Achei por acaso procurando uma resposta adequada sobre os sem-templo. Que o Santo Espírito de Deus nos mova sempre à glorificação do Nome de Jesus Cristo.
      • Inerves, olá,
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        Obrigado pela contribuição e por suas palavras.
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        Concordo com o que você diz sobre licença poética em letras de musicas. Porém não podemos nos esquecer que musicas de louvor (ou com temática religiosa) são muito mais do que isso e servem em enorme monta como ferramenta pedagógica. Pesquisas mostram que mais da metade dos evangélicos lê a Bíblia de zero a quatro vezes por mês. Ou seja: a Igreja está biblicamente analfabeta. Assim, as letras dessas musicas acabam sendo a grande fonte de ensinamentos em nossas igrejas. E ensinamentos espúrios formam cristãos espúrios.
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        Além disso, licença poética tem contexto. Se eu usar poesia para dizer que meu pastor é, por exemplo, “a delicada rosa colorida de perfume primaveril e sedutor” creio que fica muito aquém do que convém e do que é confortável. Com Deus entendo a mesma coisa. Quero ter um romance com o Todo-Poderoso? Não, não quero. Não é uma poesia adequada. É uma estratégia para comover irmãs e as levarem a gostar da musica e, assim, comprar o CD.
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        O fato de esse grupo ter saído brigado da igreja por $$ a meu ver tem tudo a ver com o problema, mostra motivaçoes e a profundidade da devocionalidade dos tais – mais uma coisa que peca contra. “Acaso podem sair água doce e amarga da mesma fonte?”.
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        Sobre a herança americana, creio que esta claro que o que proponho é exatamente o oposto de jogar tudo no lixo: é analisar criticamente e com critério para não usar Musica antibiblica no serviço a Deus.
        .
        Sobre o plagio, confesso que não entendi a que o irmão se refere. Ao versionamento de melodias com letras cristãs? Se forem pagos direitos autorais ou se a musica já estiver em domínio publico não configura plagio, se é a isso que o reverendo se referiu.
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        Foi um prazer trocar ideias com o irmão. Que Deus conduza tudo para sua gloria. No amor do Senhor,
        mz
  4. Excelente e oportuna reflexão,
    — Maurício, você é uma voz–
    fale e não te cales, pois a verdade deve ser proclamada doa a quem doer.
    A música que nos leva a Deus deve ser espiritual e não carnal [Ef.5:19] “Falando entre vós em salmos, hinos, e CÂNTICOS ESPIRITUAIS, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”
  5. Alessandra Figueredo disse:
    Mauricio,
    Eu apoio todas as suas colocações e estou estupefata como eu cantei a musica dos Titãs sem perceber.
    Muitas delas, ou a maioria eu aprendi ainda na infância, mas até hoje qd escuto, quando me dou por conta estou acompanhando.
    O cerebro é algo incrível, que faz com que vc não esqueça a letra mesmo depois de anos. Quando escutamos a melodia e letra vem na cabeça de forma automática.
    Hoje, não ouço mais nenhuma rádio que seja mundana. Mas não consigo não escutar as músicas de shoppings, do carro do meu pai e do meu irmão.
    A pior situação é quando as músicas do mundo estão dentro da sua casa e são cantadas pelas pessoas que vc mais ama! Dói muito o coração e infelizmente eu não consigo fazer nada!
    Bjss e a saudade dos 3 só está aumentando!
    • Minha sugestão é prestar sempre atencao no que canta e preencher a mente com coisas do Espirito. Aí a faxina começa e torna-se natural começar a repudiar o que não glorifica Deus. Como diz a Palavra, pode uma mesma fonte emanar águas amargas
      e doces?
      Beijo e paz.